sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

Feliz 2012!

   Olá amigos e seguidores, esta semana como estamos todos cansados da festa de Natal a tarefados com a de Reveillon não postarei artigos. Hoje apenas estou aqui para agredecer a todos que por aqui passaram para ler, aprender, comentar, incentivar, enfim, todos que de alguma forma contribuíram para que eu continue com grande vontade de escrever para vocês.
   Desejo que em 2012 todos seus planos sejam concuídos e que novas metas sejam traçadas. Que Deus ilunine sempre o caminho de todos vocês.
   Espero também que eu possa continuar contribuindo, que continuem sempre visitando o blog é claro, senão não há sentido nisso tudo. Não esqueçam de fazer comentarios, são muito importantes para mim.
   Vou ficando por aqui... Grande abraço à todos!!!

terça-feira, 27 de dezembro de 2011

Quantos minutos de corrida sao necessários para "queimar" as calorias da rabanada da sua ceia?

     Numa época em que se fala tanto em epidemia de obesidade a ceia de natal é vista como grande vilã para a formação dos "pneus" indesejados. Acredito que ninguém deva ficar neurótico calculando calorias o ano todo, é natal, é humano fugir um pouco da dieta perfeita.
     Porém, o ano todo sem se preocupar com as tais calorias não será possível, até para aqueles com a genética mais favorável. Aquelas indicações do total de calorias que vem no rótulo dos alimentos industrializados parecem não ser levadas muito em consideração, por isso alguns pesquizadores estudam uma forma de torná-las mais evidentes e respeitadas.
     Veja o estudo abaixo sobre este assunto:
  
Estudo mostra que converter quantidade de calorias em exercícios nas embalagens de produtos é um método efetivo no controle de alimentos prejudiciais a saúde.
      E se ao invés de mostrar a quantidade de calorias, os rótulos dissessem a quantidade de exercícios necessários para queimar aquele refrigerante super adoçado?
      Uma nova pesquisa sugere que esse método talvez seja mais efetivo no controle de alimentos prejudiciais para a saúde.Os pesquisadores observaram adolescentes que compravam produtos em West Batilmore, onde bebidas doces eram ofertadas com o número de calorias, o percentual que o alimento representa no consumo recomendado diário ou com o tempo necessário correndo para perdê-las. A medida que mais diminuiu o consumo foi a última.
     “No geral, as pessoas são muito ruins em estimar a quantidade de calorias que consomem”, afirma a pesquisadora do estudo, Sara Bleich. “Se nós damos formas fáceis delas analisarem isso, penso que podemos ser efetivos em reduzir as calorias das compras”.Após colocar os avisos em lojas perto de escolas, os pesquisadores observaram os jovens e monitoraram seu consumo em comparação com a época sem os avisos.
     Cerca de 90 bebidas eram compradas diariamente em cada loja, e o número caiu conforme o tempo. As vendas de refrigerantes, que representavam mais da metade, baixaram pouco, assim como chás gelados e isotônicos. Entretanto, as vendas de bebidas sem açúcar aumentaram, especialmente as de água, passando de cinco para dez por dia, na média.
     Os três tipos de estratégia funcionaram, mas a que convertia as calorias em exercícios foi a melhor.
     Os pesquisadores calcularam o tempo de exercício tendo como ideia um adolescente de 50 quilogramas, e o esporte escolhido foi a corrida porque a maioria das pessoas não gosta. De acordo com Bleich, o tempo de exercício varia para cada pessoa. Por exemplo, uma com 50 quilogramas precisa de 50 minutos correndo para queimar uma garrafa de 600 ml de refrigerante, enquanto uma de 70 precisa de 40 minutos.
     Algumas lojas escolheram não participar; as razões incluíam barreira de linguagem e medo de perder clientela. Bleich afirma que a questão das vendas talvez seja um obstáculo, mas o estudo comprovou um aumento no número de garrafas de água vendidas.Se os resultados forem melhor comprovados, o estudo pode ter um impacto muito grande. “Foi um estudo muito interessante, e penso que a maioria dos americanos ficaria surpresa em saber que é necessário 50 minutos de corrida para queimar uma garrafa de refrigerante, que é basicamente uma bebida sem valor nutricional”, afirma Julie Greenstein, diretora de um grupo americano de nutrição e saúde.
     Enquanto esse estudo foi realizado com jovens afrodescendentes, Bleich afirma que estudos futuros podem ser ainda mais efetivos em outras demografias.
     “Meu senso diz que se fizermos esse estudo com um grupo onde a nutrição e o exercício talvez sejam mais importantes, o efeito pode ser maior”, comenta. “Se você tem mais interesse em mudar seu comportamento, também deve prestar mais atenção nesse tipo de informação”.
Fonte: Hypescience

      Pode parecer loucura ou exagero, mais uma estratégia dessas pode realmente funcionar para que possamos evitar o consumo de certos alimentos desnecessários para nossa alimentação diária. Vamos ver se a moda pega no Brasil.
      Agora que a ceia de natal já passou e já comeu, com moderação espero, mãos á obra, quer dizer, mãos nos halteres.
     

quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Mantenha a cuca e a pele fresca!

      Nos preocupamos muito com assuntos diretamente ligados às atividades físicas e alimentação, e muitas vezes esquecemos de alguns cuidados que podem e vão interferir diretamente no bom desempenho e aproveitamento do exercício além de oferecer algum risco se algumas medidas não forem tomadas.
     Em tempos de aquecimento global e alta intensidade de radiação solar danosa, em época de horário de verão onde o sol "reina" até mais tarde, proteger a pele não é um luxo e sim uma necessidade. Este cuidado deve ser redobrado para quem pratica atividade física ao ar livre. 
     Dermatologistas afirmam que durante as atividades expostas como ciclismo e corrida por exemplo, a exposição aos raios solares é maior e a proteção precisa ser intensificada com bonés e maior frequência no uso dos protetores solares. O sol intenso e contínuo estimula a produção de enzimas destruidoras do colágeno, que aceleram o envelhecimento da pele e podem  causar o câncer de pele devido à mutação do DNA. Por isso precisamos fazer uso de protetor nos períodos de exposições intensa e também nas tarefas diárias, para que este filtro proteja a pele dessas reações.
     Para que se possa confiar na proteção, os protetores ou bloqueadores tem de ser usado da maneira correta. Um bom exemplo de uma prática comum errônea é passar o filtro solar na hora de praticar atividade física ou se expor ao sol. O ideal é passar o filtro com um período mínimo de 30 minutos antes da exposição. 
    Para a prática esportiva a indicação é escolher protetores à prova d'água devido a maior transpiração e com fator de proteção mais alto(50 e 60 FPS).
     Esistem diveros tipos de protetores, os dermatologistas costumam indicar  para pele oleosa as versões em gel, gel-creme ou fluidos, enquanto as peles mais secas e com sinais do tempo os em forma de cremes.
     O protetor solar, deve ser reaplicado a cada duas horas e em todas as partes do corpo, inclusive as orelhas. Além disso, também é aconselhável o uso de boné e roupas leves, mas com mangas longas que protegem mais o corpo da exposição solar. Outro acessório importante são os óculos escuros, com o cuidado de não adiquirir óculos falsificados em camelôs, que podem pela falsa sensação de proteção, fazer com que você olhe ainda mais para a claridade e acabe por lesionar os olhos.
     A falta de cuidado coma pele pode alterar diretamente o rendimento do esportista, pois como toda agressão ao corpo, a queimadura produz um estresse físico que o organismo demanda desgaste para restabelecer. Isso sem contar a desidratação que é acentuada.
     Caso tenha sido descuidado, para tratar as queimaduras o ideal é fazer compressas frias com chá de camomila ou água mineral. Também pode ser utilizada água thermal na versão aerosol, além de anti-inflamatórios via oral e corticóides tópicos em caso extremos, porém nesse estágio essas soluções  devem ser ministradas por um especialista.
     A alimentação e a quantidade de água ingerida interferem no desempenho dos esportistas e na proteção da pele. Os antioxidantes ajudam a manter a pele saudável, evitando stress oxidativo gerado por treinos  exaustivos com exposição ao sol que propiciam o envelhecimento. 
    Consuma quantidade de água proporcional ao seu desgaste, adote uma alimentação regrada, se proteja do sol e obterá sucesso. 
     Abaixo dois vídeos sobre o assunto com uma abordagem um pouco mais estética, divergem em alguns pontos como por exemplo o tempo de intervalo entre as aplicações, mas em grande parte preconizam os mesmos cuidados.


   
    Agora você está pronto para enfrentar o verão com toda segurança.

sábado, 10 de dezembro de 2011

A terceira idade pode sim ser a melhor idade.

     É fato que a expectativa de vida do brasileiro está  sendo elevada, dados do IBGE do último senso de 2010 mostram que esta expectativa de vida passou de 70 para 73,1 anos na última década, enquanto que a taxa de fecundidade caiu em média para dois filhos por mulher. Assim, a população com 65 anos ou mais passou de 5,9%, em 2000, para 7,4% em 2010. 
     O envelhecimento é fantástico quando analizamos a experiência de vida  de  individuos ativos, pois a inatividade  nesta idade acarreta algumas mudanças  nos níveis de saúde como redução da força muscular, doenças cardiovasculares, redução do equilíbrio, distúrbios neurológicos, alterações do sono, etc, coisas que todos nós sentiremos caso algumas atitudes não sejam  tomadas. Dou detalhes dessas possíveis alteraçõres em um artigo anterior: Impacto do envelhecimento nas variáveis antropométricas, neuromotoras e metabólicas da aptidão física.
     A perda de massa muscular esquelética que ocorre no envelhecimento é um dos problemas mais representativos, que gira em torno de 40%. Essa consequência do envelhecimento é conhecida como sarcopenia, termo que indica a perda de massa, força e qualidade do músculo, o que dificulta o movimento e tarefas do dia-a-dia.
     Outra complicação é a redução da densidade óssea, ou perda de massa óssea. A osteopenia ou a mais severa osteoporose, atinge mais mulheres do que homens. Fatores nutricionais, hormonais, genéticos e níveis de atividade física também atuam no envelhecimento. Hábitos saudáveis como a prática regular de exercícios físicos e uma alimentação adequada podem fazer os gastos com saúde e remédios diminuirem.
      A Sociedade de Medicina do Esporte (SBME) e a Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG) pregam que o exercício físico regular melhora a qualidade e expectativa de vida do idoso ,beneficiando o mesmo em vários aspectos principalmente na prevenção de incapacidades físicas geradas por patologias e traumas ortopédicos.
      A prescrição dos exercícios deve ser feita de maneira cuidadosa e individualizada,  cada indivíduo  apresenta seus problemas e particularidades. Anteriormente deve se realizar uma avaliação que observe o que está ameaçado ou limitado. A prática de exercícios libera maior concentração de hormônios responsáveis pela sensação de prazer e de bem-estar, diminuindo e prevenindo depressão e o desânimo.
      Outro aspecto a ser observado é que o idoso tende ao isolamento social devido a perda de amigos e familiares. Ao participar de grupos de atividade física, passeios, o idoso se insere em grupos sociais que tendem ao cuidado com a saúde.
       O ambiente onde é praticada a atividade também influi bastante, já que o aspecto emocional e psicológico são grandes motivadores para que o idoso tenha a vontade de viver e uma sobrevida de qualidade.
      Eu particularmente adoro trabalhar e conviver com indivíduos da melhor idade, atuando no projeto 'Bom Dia' da Prefeitura de Rio das Ostras, que constitui uma ginástica na areia seguida de hidroginástica no mar. Lá observo a qualidade de vida e o bom humor dos que praticam a atividade. Alguns deles além do projeto 'Bom Dia' praticam o 'Movimento' e 'Natação no mar'.
Sem dúvida esses alunos reconhecem a diferença da vida que levavam antes da prática de exercícios e a autonomia que têm hoje.
     Algumas fotos e um vídeo dos grupos do 'Bom Dia' do Centro e da Cidade Praiana em Rio das Ostras.









   Nunca é demais lembrar alguns benefícios da prática regular de exercícios, vale ressaltar que esses benefícios são potencializados nos idosos:

:: Redução dos triglicerídeos;
:: Redução da pressão arterial e da tendência à arritmia pela diminuição da sensibilidade à adrenalina;
:: Estímulo hormonal e imunológico;
:: Redução da gordura corporal;
:: Aaumento da massa muscular;
:: Melhora da capacidade cognitiva.


   Não espere essa faixa etária chegar para se exercitar, esse hábito deve ser iniciado na infância para que você possa gozar ainda mais dessas melhorias na qualidade de vida, assim todos podemos reduzir ou anular alguns dos efeitos  naturais  e indesejados do envelhecer para que possamos ter a alegria que presenciamos nesse grupo de senhores e senhoras.

terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Suplementos não fazem milagres

             O uso de suplementos alimentares é cada vez mais recorrente no Brasil,  principalmente por praticantes de atividades de academia. Esse uso desenfreado pode estar relacionado à pressa em resultados estéticos ou à pura desinformação sobre os principais efeitos e resutados obtidos através do uso desses produtos.
       Muitos de meus alunos fizeram ou fazem uso de suplementos alimentares, até eu assumo que já utilizei suplementos. A verdade, é que principalmente os alunos mais jovens querem resultados mais rápidos, e quando não fazem uso de anabolizantes vão a uma de loja de suplementos , pedem a indicação do vendedor e acabam por comprar os seus grandes potes para suplementação.
         Os suplementos podem ser encontrados em forma líquida, em pó para dissolver em água ou leite, cápsulas, tabletes, comprimidos e barras de proteína. Os que tiveram alguma eficácia comprovada são formulados com formas pré-digeridas dos principais substratos de energia: carboidratos, proteínas e gorduras. Eles fornecem a grande maior parte das calorias a partir de fontes que foram pré-digeridas em níveis diferentes, tornando mais fácil a tarefa do organismo em utilizar esses substratos de energia.
            Com o avanço da globalização, vários suplementos novos surgiram no mercado, aumentando assim a concorrência entre as marcas e também levando uma série de informações aos consumidores dos produtos. Várias pesquisas foram realizadas e outras estão sendo feitas, no intuito de comprovar ou não as eficiências destes, várias fórmulas modificaram-se no decorrer do processo. É importante que não se acredite em todo estudo feito para comprovar a função dos suplementos, até porque a maioria dos estudos que vemos por aí são feitos pelos próprios fabricantes, que estão obviamente interessados em aumentar as vendas.
            Existe muita picaretagem nesse ramo, principalmente nos produtos importados com rótulo traduzido, onde normalmente miligramas são sobrestimadas, substâncias proibidas são omitidas e aí num descuido um atleta é pego no teste antidoping.
             É mais que divulgado que devemos fazer cinco refeições diárias, mas, por muitas vezes não conseguimos, e alguns acabam optando pelo consumo de um suplemento entre as refeições. Ao contrário do que se imagina e que os vendedores de suplementos informam, a recomendação é para que os suplementos alimentares sejam consumidos por pessoas que praticam atividade física constante e intensa, e não por quem busca resultados imediatos.
            Estes produtos foram criados para os atletas ou para quem pratica esporte regularmente, por gastarem mais energia e terem algum déficit alimentar. O ideal é que antes de começar o consumo se vá ao médico e/ou nutricionista, para saber qual produto e a quantidade diária deve ser ingerida. 
            Se optar fazer o uso procure a recomendação de um profissional qualificado e bom treino!

segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Variáveis do treinamento de força.

                Olá fãs do treinamento de força ou musculação, como preferirem. Desta vez serão contemplados. Assim eu também terei o grande prazer de escrever este artigo, pois sinceramente dentro da Educação Física este é o tema que mais gosto e que acredito conhecer mais, e também, modéstia a parte, a área em que sou melhor. Comecei a trabalhar com treinamento de força no segundo período da faculdade como estagiário em 2000, e até então não existe área de atuação que me encante mais.
            A postagem de hoje será um pouco longa e alguns acharão um tanto quanto cansativa, mas para que vocês entendam realmente que um programa de musculação vulgarmente chamado de “série” é muito mais que uma combinação aleatória de exercícios isso se faz necessário.
            Para entendam o que deve variar e como deve variar no seu programa é primordial conhecer alguns dos princípios básicos do treinamento de força:

Repetição: é um movimento completo de um exercício. Normalmente consiste de duas fases: a ação concêntrica do músculo, ou o levantamento da carga, e a ação excêntrica do músculo, ou o retorno da carga a posição inicial, (FLECK
& KRAEMER, 1999).

Série: é um grupo de repetições desenvolvida de forma contínua, sem interrupções. Embora uma série possa ser completada com qualquer número de repetições, as séries giram entre uma a quinze repetições.
 (FLECK & KRAEMER, 1999).

Repetição máxima (RM): é o número máximo de repetições por série que se pode executar corretamente com uma determinada carga. Assim, uma série com uma dada RM significa que é executada até a fadiga voluntária momentânea. Uma RM é a carga mais pesada que pode ser usada para uma repetição completa de um exercício, (FLECK & KRAEMER, 1999).

Força muscular: é a quantidade máxima de força que um músculo ou grupo muscular pode gerar em um padrão específico de movimento em uma determinada velocidade de movimento, (FLECK & KRAEMER, 1999).

Ação muscular concêntrica: é realizada quando um peso está sendo levantado, os músculos envolvidos normalmente estão se encurtando. (FLECK & KRAEMER, 1999).

Ação muscular excêntrica: ocorre quando um peso está sendo abaixado de uma maneira controlada, os músculos envolvidos estão se alongando também de uma maneira controlada, (FLECK & KRAEMER, 1999).

Ação muscular isométrica: ocorre quando um músculo é ativado e desenvolve força sem causar movimento numa articulação. Isto pode acontecer quando um peso fica seguro imóvel ou quando é muito pesado para ser levantado e por isso fica imóvel. Exemplo de uma ação isométrica é empurrar uma parede ou quando se segura um peso no alto estaticamente, (FLECK &
KRAEMER, 1999).

Volume de treinamento: é medido pela quantidade total de trabalho realizado em uma sessão de treinamento, ou em um semana, ou em um mês ou em qualquer outro período de treinamento. A frequência (número de sessões de treinamento por semana, mês ou ano), e a duração (extensão de cada sessão de treinamento) têm um reflexo direto sobre o volume de treinamento. (FLECK
& KRAEMER, 1999).

Períodos de descanso ou de recuperação: é a recuperação entre as séries de um exercício, e entre as sessões de treinamento é um fator importante para o sucesso do programa. Os períodos de descanso permitidos entre as séries e entre os exercícios durante uma sessão de treinamento são em grande parte determinados pelos objetivos do programa de treinamento. Os períodos de descanso entre séries e exercícios, a carga usada e o número de repetições realizadas por série e exercícios, afetam totalmente o planejamento e os objetivos de um programa, (FLECK & KRAEMER, 1999).

Intensidade: pode ser avaliada como um percentual de uma RM ou qualquer RM para o exercício. A intensidade mínima que pode ser usada para executar uma série até a fadiga voluntária momentânea que possa resultar em um aumento da força muscular é de 60 a 65 % de 1 RM, isto significa que executar um grande número de repetições com uma carga muito leve não trará nenhum ganho de força muscular, (FLECK & KRAEMER,1999).

            Á partir dessas informações podemos fazer algumas considerações.
            Primeiramente é necessário definir o seu objetivo com o treino, o que você está buscando de resultado. Na maioria dos casos, com exceção dos atletas que muitas vezes buscam somente o aumento da força para desempenho esportivo, o público geral espera a hipertrofia ou aumento do tônus muscular, já que o emagrecimento também depende da melhora da massa magra, para que possamos aumentar o gasto calórico durante as atividades diárias e exercícios.
            “Os programas de treinamento de força induzem à diminuições no percentual de gordura e aumento da massa magra” (Fleck & Kraemmer, 1999)
            Outro fator a ser levado em consideração é o tempo disponível e quantos dias da semana está disposto a treinar, assim o treinamento será um programa único para quem treina 3 vezes em dias alternados (que não é recomendado para quem treina todos os dias) ou duplo/triplo  para quem treina todos os dias, pois assim dividimos os grupamentos musculares em um treinamento de programas  A e B ou A, B e C para que o tempo de recuperação seja respeitado.
            Com essas informações do aluno e sabendo que não há nenhuma patologia que o restrinja algum exercício pode-se montar o treinamento.
            Após a montagem do treino feita pelo seu professor você poderá observar a adequação do número de exercícios, número de séries para cada exercício, variedade de exercícios, ordem dos exercícios e intervalo de descanso entre as séries.
                Focando a hipertrofia, devemos observar:

  • Grande variedade de exercícios em padrões diferentes;
  • Desde que sem risco de lesão, executar os exercícios em amplitude completa;
  • Dar prioridade principalmente na fase inicial do treinamento aos exercícios multi-articulares e dos grandes músculos;
  • Intensidade de alta á moderada ( 6 – 12 RM);
  • Período de intervalo curtos (menores que 1 min e 30 seg);
  • Dar importância às ações concêntricas e excêntricas, as isométricas não são tão importantes parta a hipertrofia;
  • A velocidade de execução é importante, se for lenta demais pode ser um sinal de que a carga está baixa, porém não pode ser rápida demais, característica que indicaria um treino de potência. É importante também que a fase excêntrica do movimento seja controlada, não “largando” assim a carga parta seu retorno para a fase inicial do movimento.
  • Cuidado com os programas “milagrosos”, muitos exercícios “conjugados” ou “combinados”, os “supersets” que ultrapassam as 15 repetições, as series combinadas com longas isometrias como por exemplo a “agachada com as costas na parede”, repetições parciais como o “21”, séries de “unilateral + simultâneo” que muitas vezes chegam a vinte e poucas repetições. Tudo isso são estratégias de deixar o aluno com dor momentânea, fatigado com impressão que treinou forte, porém treinou com cargas tão leves que não provocará a adaptação que parece oferecer.
                O objetivo deste artigo não é deixa-los aptos a prescrever seu próprio treino, ao contrário, é mostrar que são muitas as variáveis do treinamento de força, que estas que exemplifiquei são apenas algumas manipulações, que para este controle se faz necessário muito estudo. Mas principalmente para que se defendam de alguns “experts” em montagem de programas “receitas de bolo” muitas vezes leigos ou então professores que tentam engabelar alunos com seus programas doloridos.
                Acho que conseguirei salvar alguns alunos de algumas atrocidades ocorridas em salões de muculação.

 FLECK, S. J; KRAEMER, W. J. Fundamentos do treinamento de força muscular. Porto Alegre: Ed. Artmed Sul Ltda., 1999.


quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Dieta do UFC: lutadores perdem até 10 kg em uma semana

  Olá seguidores.   
  Não é muito difícil que alunos passem mal treinando musculação por uma alimentação inadequada.
  Já presenciei vários episódios de alunos com mal estar ao praticar suas atividades em academias, principalmente por hipoglicemia. As dietas milagrosas quase que exclusivas das mulheres causam desmaios durante séries de musculação e aulas de spinning.
  Não é de hoje que atletas de lutas em especial fazem absurdos para chegar na pesagem com o peso que o coloca na categoria pretendida e aí logo no mesmo dia o peso começa a ser recuperado, já que há alguns dias de intervalo entre a pesagem e o combate, e que o peso perdido na última semana é quase que todo proveniente de líquidos por desidratação induzida. Essas manobras só vem reforçar que o esporte de alto nível não é nem de longe sinônimo de saúde. E isso não é particular das lutas, vários atletas de outras midalidades esportivas também sacrificam sua saúde em prol do desempenho competitivo.
  Talvez o mais razoável seria que os atletas fizessem a pesagem 1 hora antes da luta, assim ninguém poderia subestimar seu peso e lutaria na categoria correta
  Já que a moda hoje é o UFC, a reportagem abaixo ilustra essa busca pela vitória a qualquer custo.

 Fonte: Portal IG.

  O MMA (Mixed Martial Arts), luta que mistura uma série de artes-marciais, está mais popular do que nunca. Ídolos como Anderson Silva, José Aldo Jr., Maurício Shogun e Júnior Cigano já são reconhecidos e admirados por sua força no octógono do Ultimate Fighting Championship (UFC) – o maior campeonato de MMA do mundo.
  Mas bravura mesmo os lutadores têm que demonstrar na semana pré-pesagem. Para atingir o peso e poder se enquadrar em uma determinada categoria, poucos dias antes da luta eles submetem-se a uma dieta rígida e atividades que lembram sessões de tortura. Quanto mais o dia da pesagem se aproxima, mais restrito fica o cardápio. A refeição principal (muitas vezes a única do dia) é algo como uma xícara de café com dois biscoitos de gergelim; 80 gramas de salada, 200 gramas de macarrão, 200 gramas de salmão sem sal e um suco de limão sem açúcar. Até água destilada os lutadores tomam com o intuito de acelerar o metabolismo.
  Como não é apenas a alimentação que ajuda na rápida perda de peso, para eliminar a maior quantidade de líquido possível do organismo, eles turbinam a queima calórica: usam um body sauna - roupa especial que ajuda o lutador a aumentar a temperatura corporal, suar mais e, consequentemente, perder peso – e passam horas em uma sauna ou em banheira quente, suando desesperadamente.
   “É praticamente líquido que se perde. Eles quase não têm gordura para queimar”, diz Sérgio “Babu” Gasparelli, técnico especializado em luta de chão, faixa preta de jiu-jitsu. “Eu só faço essa dieta na semana da luta, tiro 10 quilos de segunda a sexta”, declarou o lutador José Aldo.
  A “dieta”, que também tem uma versão conhecida como Dolce Diet, idealizada pelo nutricionista esportivo americano Mike Dolce, é famosa por conseguir que lutadores com problemas de peso consigam atingir o índice de sua categoria. “Esse método restringe a ingestão de carboidrato a quase zero e induz a um processo de desidratação do atleta.
  Mas não é saudável perder 10 kg em uma semana. Para uma pessoa normal, isso pode causar danos irreparáveis”, alerta o endocrinologista e médico do esporte Ronaldo Arkader, do Hospital Albert Einstein, de São Paulo.
  Até para os atletas o médico aponta riscos. “Eles precisam ser bem acompanhados, por fisiologistas e nutricionistas. É essencial estar atento aos níveis de sódio, de potássio, enfim, de eletrólitos de modo geral para não comprometer a saúde”. Desbalanceado, o organismo pode entrar em pane, levando o atleta a ter de tonturas e câimbras a problemas maiores e mais perigosos.
   O técnico “Babu” também condena a dieta do UFC. “Minha teoria é que é melhor perder peso aos poucos. Ou seja, fora da luta não deixar o atleta aumentar tanto o peso. Perder 5 kg quando o combate se aproxima, tudo bem. Agora, perder 10, 12 em tão pouco tempo é loucura. É insalubre”.
  Para uma pessoa comum, é totalmente desaconselhável. “Ela não aguentaria e nem faz sentido esse sacrifício. Se uma mulher usar o método com a intenção de ficar em forma para colocar o vestido em uma festa, por exemplo, corre o risco de não chegar a essa festa. Câimbra, tontura e desmaio são algumas das consequências”, compara o técnico de MMA.
   E no caso dos lutadores, no dia seguinte à pesagem eles praticamente recuperam tudo o que foi perdido. Seria impossível manter o esquema de fome e fraqueza e depois encarar uma luta no octógono.
   A dieta é tão delicada que até a volta da comida deve ser gradual. “O alimento passa a ser rejeitado pelo corpo. É preciso reprogramar o organismo”, diz Arkader. “O lutador tem que começar repondo com soro, líquidos e até papinha de nenê, antes de encarar o prato normal”, finaliza “Babu”.


terça-feira, 15 de novembro de 2011

Impacto do envelhecimento nas variáveis antropométricas, neuromotoras e metabólicas da aptidão física

   Olá pessoal, como particularmente gosto muito do trabalho com idosos, ou terceira idade ou melhor idade, como preferirem, ia escrever algo sobre as mudanças do organismo humano com o envelhecimento. Não é novidade que a atividade física para esse grupo é fundamental para que se possa viver com saúde. Porém as reportagens não costumam relacionar os efeitos que naturalmente ocorrem no nosso corpo com o passar dos anos. São esses efeitos que o exercício previne ou trata. 
   Lendo para relatar essas mudanças achei uma revisão biliográfica sobre o tema, assim terão acesso a releitura de vários artigos em um só.
   O resumo que segue abaixo dá uma idéia de todos os fatores. Caso queiram ler na íntegra, façam o dowload do artigo.

Revisão analisa principais efeitos do envelhecimento em diferentes componentes da aptidão física: antropométricos, neuromusculares e metabólicos.

   Esta revisão teve como objetivo analisar os principais efeitos do envelhecimento em diferentes componentes da aptidão física: antropométricos, neuromusculares e metabólicos. Considerando as variáveis antropométricas, o processo de envelhecimento é acompanhado por um aumento do peso corporal, especialmente dos 40 aos 60 anos de idade, com diminuição após os 70 anos de idade; diminuição da estatura corporal gradativa, explicada, em grande parte, pela perda de massa óssea; aumento da gordura corporal, diminuição da massa livre de gordura e seus principais componentes (mineral, água, proteína e potássio); diminuição da taxa metabólica de repouso, massa muscular esquelética e massa óssea. Nos aspectos neuromotores, o aumento da idade cronológica é acompanhado por uma perda da área dos músculos esqueléticos, explicada pela diminuição do número e tamanho das fibras musculares (em especial, das fibras de contração rápida do tipo IIb) e uma perda gradativa da força muscular e, portanto, do desempenho neuromotor. Nas variáveis metabólicas, os principais efeitos, na aptidão física, acontecem na diminuição da potência aeróbica (consumo máximo de oxigênio) em torno de 1% por ano, mesmo em indivíduos ativos. Esses efeitos deletérios do envelhecimento têm sido apresentados especialmente em estudos transversais, com grupos de ambos os sexos e faixas etárias variando dos 20 aos 90 anos de idade, com escassas evidências de estudos longitudinais. Os efeitos da perda começam a ser aparentes em torno dos 50 anos de idade e na maior parte das variáveis da aptidão física, a perda é gradativa e em torno de 1% ao ano ou 10% por década de vida. No entanto, os indivíduos ativos apresentam também alterações na aptidão física com o processo de envelhecimento, essas perdas parecem ser menores, em relação aos indivíduos sedentários.

Artigo na íntegra:


quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Correr pra que?

   Com o verão é comum encontrar pessoas se exercitando nas ruas, praças, parques e na praia. Entre as atividades físicas mais praticadas devido a facilidade de se praticar um exercício quase sem nenhum custo, a caminhada e a corrida podem parecer exercícios simples, mas é preciso ter orientação.
   Quando o praticante executa a corrida de maneira errada, seja pela má postura, pisada incorreta ou intensidade exacerbada, em vez de benefícios, o exercício pode ocasionar riscos a saúde do indivíduo. Por exemplo uma pessoa sem prática pode correr fazendo contato com o pé de uma vez "chapado" no solo, sem fazer a transferência do peso primeiro no contato do calcanhar no solo e assim progressivamente para a ponta do pé.
    Outro fator a ser levado em consideração é a frequência cardíaca durante o exercício. Existem diversas formas eficazes de se calcular a frequência de treino, mas para o leigo pode ser utilizada a forma simples de saber a frequência máxima que uma pessoa pode alcançar sem risco para sua saúde, bastando subtrair a idade de 220. Não é o ideal mas na falta de um treinador é melhor do que nada.
    Se praticadas de maneira correta, a corrida e a caminhada podem melhorar a qualidade de vida de praticantes de qualquer idade. Quando o indivíduo se exercita, ocorre a liberação de vários hormônios importantes no organismo. Estes reduzem a sensação de dor e auxiliam na sensação de bem estar e prazer. Isso faz com que a pessoa acabe viciando no exercício, tornndo ele um hábito. Que vício bom né?
    As corridas curtas e meias-maratonas estão na moda, e embora eu seja contra os modismos, aproveite essa onda e conheça essa modalidade. São corridas ótimas, empolgantes que tem conquistado cada vez mais adeptos de todas as idades, atletas ou não. O importante é completar a prova. Acada corrida um novo desafio é lançado e um grande conquista é alcançada.
    E para quem ficou na "pilha" de começar seguem algumas das corridas do Estado do Rio até o final do ano, escolha uma e boa sorte.

Corrida Panamericana 2011 de 10 e 5 Km (dia 13 de novembro - Cidade do Rio de Janeiro)

2° Circuito Fluminense de Corrida Rústica e Caminhada (Corrida: 5km, caminhada: 2,5km, Criança: 50 e 100m. Dia 13 de novembro - Cidade de Macaé)

Corrida e Caminhada "Caminho Niemayer" 4 e 8 Km (20 de novembro - Cidade de Niterói)

CORRIDA das ACADEMIAS 06 e 10 Km (20 de Novembro de 2011, no Aterro do Flamengo, Cidade do Rio)

Circuito Corrida(6Km) e Caminhada(3Km) da Longevidade.  (18 de dezembro - Copacabana, Cidade do Rio)

Circuito vênus para Mulheres. (15 de novembro - Cidade do Rio)

Corrida e caminhada pela doação de medula óssea. (13 de dezembro - Aterro do Flamengo, Cidade do Rio)


domingo, 6 de novembro de 2011

Alteração hormonal provoca ganho de peso em trabalhadores noturnos

     Uma questão há tempos estudada é o aumento da massa gorda em trabalhadores que passam a exercer suas funções na madrugada. Até então os estudos indicavam os níveis de cortizol como responsáveis pelo aumento de peso.
     Hoje dando uma olhada em novos estudos achei esse, bem mais abrangente.

Mudança de turno deixa trabalhadores predispostos a comer mais, ganhar peso e desenvolver síndrome metabólica.

    Um novo estudo realizado por cientistas brasileiros sugere que trabalhadores noturnos apresentam alterações em funções hormonais que podem deixá-los predispostos a comer mais, ganhar peso e desenvolver síndrome metabólica - um conjunto de fatores de risco cardiovascular que inclui hiperglicemia, hipertensão arterial, obesidade e aumento da circunferência da cintura.
    A literatura científica internacional já demonstrava que os trabalhadores noturnos têm mais tendência ao ganho de peso, além de maior risco de apresentar doenças cardiovasculares e outros indicadores de síndrome metabólica.
    Mudanças de comportamentos alimentares associadas ao trabalho noturno - incluindo aumento do valor calórico e variações no horário e número de refeições - têm sido apontadas como a mais provável explicação para esse fenômeno.
    Estudando os mecanismos biológicos que poderiam estar por trás das mudanças comportamentais, um grupo de pesquisadores da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) descobriu que os trabalhadores noturnos apresentam alterações em funções hormonais estomacais que regulam a saciação - a sensação de estar satisfeito após a refeição -, o que pode levar ao ganho de peso.
    O estudo foi coordenado por Bruno Geloneze Neto, da Faculdade de Ciências Médicas da Unicamp. “Nossa conclusão é que a função hormonal estomacal de regulação da saciação sofre alteração nas pessoas que trabalham à noite”, disse Geloneze.
    De acordo com Geloneze, o estudo foi realizado com um grupo de 24 mulheres, sendo 12 trabalhadoras do turno da noite e 12 trabalhadoras do turno do dia do Hospital das Clínicas da Unicamp. Todas elas tinham índice de massa corpórea entre 25 e 35.
    “Estudamos os mecanismos hormonais ligados à saciação e não as diferenças comportamentais. Tomamos o cuidado de trabalhar apenas com pessoas do mesmo sexo, com padrões semelhantes de peso, de atividade física e de condição socioeconômica e cultural, a fim de observar as diferenças relacionadas à variável do turno de trabalho”, disse Geloneze.
    Segundo Geloneze, a literatura internacional aponta que os trabalhadores noturnos têm mais riscos de ganhar peso e desenvolver doenças cardiovasculares, associando esse fenômeno a um aumento do consumo calórico.
    Mas, até agora, os estudos não haviam desvendado se esse aumento ocorria devido ao estresse causado pela quebra do ritmo biológico ocasionada pela vigília no período noturno ou por um fator de ordem puramente comportamental: como se a falta de estímulos no período noturno levasse a pessoa a comer mais - o que os cientistas suspeitam ser um mito.
    “Fomos investigar um aspecto sobre o qual não há dados na literatura: como se comportam os hormônios gastrointestinais que controlam a fome e a saciação. Alguns estudos mostram que existe uma alteração nos níveis de leptina - um hormônio relacionado ao grau de adiposidade - nos trabalhadores noturnos. Mas não se sabia se a leptina se alterava como consequência do ganho de peso ou se era sua causa”, explicou.
    As voluntárias foram submetidas a um teste de alimentação padrão, que consiste na ingestão de 515 calorias, com uma dieta hiperproteica e hiperlipídica. As trabalhadoras noturnas foram testadas durante o dia, em jornadas de folga. As trabalhadoras diurnas foram testadas no horário normal.
    “Depois da alimentação, estudamos por três horas a produção de insulina e de três hormônios GLP-1 e PY-B36 - ambos com ação anorexígena -, de grelina, um hormônio produzido no estômago e que estimula a fome, e de xenina, hormônio que inibe a fome”, declarou.
    No padrão normal de alimentação, pouco antes da refeição, os níveis de grelina se apresentam altos, enquanto os outros três hormônios apresentam níveis baixos. Depois da refeição, por um período de três horas, o GLP-1, PY-B36 e xenina aumentam e a grelina é reduzida.
    “Nos indivíduos que trabalham à noite, os padrões de GLP-1 e de PY-B36 se apresentavam semelhantes ao das trabalhadoras diurnas. Mas identificamos uma alteração na produção de grelina entre as trabalhadoras noturnas”, disse.
    Normalmente, segundo Geloneze, após a refeição a produção de grelina cai abaixo dos níveis basais. Entre as trabalhadoras noturnas, não houve supressão da grelina depois da alimentação.
    “Outra diferença que observamos ocorreu em relação à xenina. Esse hormônio normalmente aumenta após a refeição, contribuindo para a saciação. Mas nas mulheres que trabalham à noite a produção de xenina não subiu”, disse o pesquisador.
    Do ponto de vista clínico, houve uma diferença discreta na quantidade de calorias ingeridas, de cerca de 10%. As trabalhadoras noturnas, apesar de terem o mesmo padrão de índice de massa corpórea das outras, tinham também um pouco mais de concentração de gordura no abdome.
    “Quando falamos de tratamento da obesidade, precisamos levar em conta que as condições das pessoas são muito heterogêneas e uma abordagem terapêutica única pode ser ineficiente. Agora sabemos que para os trabalhadores noturnos seria preciso ter terapias focadas nesses mecanismos subjacentes, como, por exemplo, drogas que modulem a produção de xenina e grelina”, afirmou.

 Estadão.com.br

Segundo o ACSM exercício vigoroso é bom para homens

           Dando uma olhada no site do ACSM (American College of Sports Medicine) vi este estudo recente(mês passado) e resolvi postar dada sua importância em termos da intensidade do exercício que se prescreve, não só mais se recomenda a caminhada leve três vezes na semana, mas também exercícios de alta intensidade para grandes benefícios na prevenção dos ataques do coração.
            Espero que a tradução não esteja ruím. Quem tiver interesse em ler o original em inglês segue o link do ACSM:  http://www.acsm.org/about-acsm/media-room/acsm-in-the-news/2011/10/26/vigorous-exercise-good-for-men

            Tradução:
           Nova pesquisa recomenda três horas por semana de exercício vigoroso, tal como corrida, basquete ou futebol, essa frequência de treinamento pode reduzir em 22% o risco do homem ser acometido por ataque cardíaco.
            Os pesquisadores da Escola de Harvard de Saúde Pública analisaram níveis  de atividade física e taxas — inclusive colesterol e sensibilidade de insulina — em 1.239 participantes masculinos entre 1994 e 2004.
            "Nós estudamos exercício vigoroso por causa de sua associação mais forte com doença cardíaca coronária," disse Andrea Chomistek, o autora principal do estudo que foi publicado no “Medicina & Ciência em Esportes & Exercício”, o diário da Faculdade americana de Medicina de Esportes.
            Chomistek disse que homens que sofreram um ataque cardíaco não fatal ou morrido de doença cardíaca coronária tinham colesterol "bom"(HDL) muito baixo e o"mau" colesterol (LDL) muito elevado e eram mais propensos a ter pressão alta e diabete, fatores afetados pelo exercício.
            O Centro Americano para Controle de Doença e Prevenção classifica doença cardíaca como a causa principal de morte da população de homens. Entre 70 e 89 por cento de todos acontecimentos cardíacos repentinos ocorrem em homens, e quase metade de homens que têm um ataque cardíaco antes que idade 65 morre nos próximos oito anos.
            Então, quem pensava em fazer aquela caminhada leve nos fins de semana pode pensar em praticar uma atividade mais intensa com uma frequência semanal maior de treino, desde que esteja com os exames cardiológicos em dia. 
            Bom treino e até a próxima!

Published: October 20. 2011 4:00AM PST. American College of Sports Medicine

sábado, 29 de outubro de 2011

Conheça os alimentos termogênicos

     Alimentos termogênicos são capazes de aumentar o gasto calórico do organismo durante a digestão e o processo metabólico, podem auxiliar todas as atividades realizadas pelo corpo quando consome energia.
     Quanto mais difícil for a digestão dos alimentos, maior será o seu poder termogênico. Estudos mostram que as subs
tâncias termogênicas contidas em certos alimentos atuam aumentando a temperatura corporal, acelerando o metabolismo e aumentando a queima de gordura. A termogênese é um processo regulado pelo sistema nervoso e interferências neste sistema podem ajudar no controle de emagrecimento e obesidade.
    Entendam que não existem soluções milagrosas quando o assunto é reduzir peso. Para que esses alimentos sejam eficazes, é necessária uma reeducação alimentar e prática regular de exercícios físicos.
   Apesar dos benefícios e de não serem medicamentos, os alimentos termogênicos possuem algumas restrições. Pessoas com hipertireoidismo não deve ingeri-los em excesso, visto que o metabolismo já é muito elevado, o que aumenta o risco de perda de massa muscular, crianças e gestantes, pessoas com cardiopatias, hipertensão, enxaqueca, úlcera e alergias não devem abusar desses alimentos, pois eles podem levar ao aumento da pressão arterial, hipoglicemia, insônia, nervosismo e taquicardia. 
   Assim dentre vários, os alimentos mais citados em sua eficácia são:
 
  • Pimenta vermelha: Esse tipo específico de pimenta é rica em capsaicina, substância que favorece o aumento da quebra de gorduras no tecido adiposo. Ela aumenta em até 20% a atividade metabólica se ingerida na quantidade de três gramas por dia, podendo ser adicionada em saladas e pratos quentes como tempero.
  • Chá verde (Camellia sinensis): Assim como a pimenta, esse chá favorece a utilização da gordura corporal como fonte de energia em função do estimulo metabólico. Para que o efeito aconteça, aconselha-se cinco xícaras de chá por dia durante três meses. Mas, cuidado: quem tem insônia não deve ingerir o chá verde na parte da tarde ou noite.
  • Canela: Além de aumentar o metabolismo basal, a canela possui alto teor de cálcio mineral, substância importante para o emagrecimento. Polvilhada por cima de frutas (aproximadamente uma colher de chá rasa), contribui com o emagrecimento e ainda torna a refeição deliciosa. 
  • Gengibre: Essa raiz pode aumentar o gasto calórico em mais de 10%. O gengibre pode ser consumido de diversas formas, cru, em marinadas para temperar carnes, aves e peixes, e ainda fica ótimo em molho de tomate, sopas de legumes e chá, quando misturado com outras ervas.
  • Chá de hibisco: Esse chá, assim como os demais termogênicos, aumenta a temperatura corporal durante a digestão e, consequentemente, aumenta o metabolismo. Para que o efeito seja positivo, recomenda-se o uso de um litro por dia, sendo que, para um litro de água, deve-se usar uma colher de sopa da flor. 
  • Alimentos com Ômega 3: O omêga 3 é encontrado em peixes - como salmão e atum - e em oleaginosas. Ele aumenta o metabolismo basal, melhora a retenção de líquidos e facilita a comunicação entre as células do organismo. 
  • Água gelada: Sim, até mesmo a água gelada pode te ajudar a emagrecer! Ao ingeri-la, seu organismo gasta energia para elevar a temperatura até a tida como adequada pelo corpo (algo entre 36º e 37ºC). No entanto, o efeito é muito leve. Para melhores resultados, ingira oito copos de água por dia, pois essa medida pode aumentar seu gasto calórico em até 200 kcal. 
     As afirmações são de nutricionistas, como são estudos da nutrição, que não é a minha área de estudo, não posso afirmar a a eficiência e eficácia dos princípios ativos desses alimentos. Porém, como parece ser um consenso entre esses profissionais, acredito ser de grande funcionalidade.
    Quem teve a oportunidade de assistir ontem o Globo Repórter conheceu esses e vários outros alimentos importantes na difícil tarefa de emagrecer. Quem não pôde assistir, afinal sexta à noite é difícil estar em casa, tem a chance de ver via "youtube".






    Alguns dos alimentos apresentados deixam uma interrogação em nossa cabeça, pois parecem estar ainda em pesquisa e inacessível a nossa população, mas pesquisando descobri que o óleo de coco virgem por exemplo já está a venda em lojas de produtos naturais e alguns supermercados. Mesmo com falhas em informações de como adquirir alguns dos alimentos, vale a pena assistir o programa.

Grande abraço!

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Princípios bioativos do arroz integral podem evitar doenças diversas.

     Para variar um pouco conversaremos sobre nutrição nesta postagem.
     Nunca achei o sabor do arroz integral agradável, mas agora que por indicação médica minha mulher está fazendo uso dele, até que achei mais suportável se bem cozido, por sinal para um perfeito cozimento ele fica mais de 30 minutos no fogão. Como achava que esse arroz só ganhava em fibras do arroz branco, resolvi pesquisar sobre o assunto e fiquei surpreso com os benefícios.

     Segue um trabalho da USP sobre o assunto:
    


Depois de passar oito anos estudando as propriedades nutricionais de todas as variações do arroz (polido, integral, parboilizado, preto e vermelho), pesquisadores da Faculdade de Ciências Farmacêuticas (FCF) da USP chegaram a conclusões que podem parecer surpreendentes aos olhos dos consumidores. Foi constatado que o arroz do tipo integral tem propriedades que vão muito além da tão valorizada presença de fibras: ele é rico em vitaminas, sais minerais e, acima de tudo, possui princípios bioativos que podem diminuir as chances de desenvolvimento de doenças cardíacas, câncer, diabetes e obesidade. 
Mas por que, afinal, só o arroz integral possui essas propriedades? A professora Ursula Lanfer Marquez, coordenadora da linha de pesquisa Características nutricionais e propriedades funcionais do arroz, explica que a diferença está justamente no tipo de beneficiamento do grão. Enquanto o arroz integral, quando descascado, mantém o chamado “farelo” (camadas externas ao endosperma, onde estão os nutrientes e compostos bioativos), o arroz polido (ou branco) perde todas essas camadas, restando o endosperma, rico apenas em amido e proteínas.
O arroz parboilizado, por sua vez, pode ser integral ou polido. Porém, neste caso o grão passa por um pré-cozimento antes de ser descascado - portanto, mesmo quando é integral, perde algumas de suas propriedades no processo. "O pré-cozimento é feito pois evita que o arroz se quebre quando descascado, aumenta a vida de prateleira e, quando cozido, fica sempre soltinho. Como o arroz quebrado não tem valor comercial, o gasto com a parboilização é compensado pelos prováveis prejuízos com quebras", explica a professora Ursula.
Bioatividade - Assim, o arroz integral é o único que conserva os chamados compostos bioativos, que são aqueles que têm atividades sobre organismos vivos. No caso do arroz, já foram confirmados pelo menos dois tipos de atividades: antioxidante e hipocolesterolêmica (reduz a taxa de colesterol no sangue).
Um dos compostos responsáveis por essas atividades é o orizanol, substância própria do arroz, que possui as duas propriedades. Além dele, a vitamina E e os compostos fenólicos apresentam atividade antioxidante, capazes de evitar o estresse oxidativo no organismo, relacionado a problemas cardiovasculares, câncer e inflamações, isto é, a doenças crônico-degenerativas não transmissíveis, em geral. Segundo a professora Ursula, outros tipos de arroz, como o preto e o vermelho, apresentam uma atividade antioxidante ainda maior do que a do arroz integral.
Entre tantos grãos - É no mínino curioso que todos esses benefícios proporcionados pelo arroz, um alimento tão popular e acessível no país, sejam tão pouco conhecidos e estudados. Ainda mais numa época em que é crescente a preocupação com a alimentação, fato que a mídia e a própria publicidade tornam evidente.
Para a professora, isso ocorre porque o arroz não é uma novidade para a população. “Ninguém fala disso porque o arroz é consumido pelo homem há cinco milhões de anos. O consumidor não cria expectativas em relação ao produto”, explica Ursula. “Por outro lado, há bastante interesse quando se fala de grãos diferentes, como a quinoa ou o amaranto. Mas o fato é que o arroz pode apresentar muito mais benefícios à saúde do que esses outros grãos”, pondera.
Segundo Ursula, o grupo de pesquisadores do seu laboratório tem como objetivo divulgar cada vez mais esses benefícios, e desmistificar o vínculo existente entre os benefícios dos alimentos e o fato de eles serem ou não fontes de fibra. “Antes, tudo era ligado à fibra, mas nós já constatamos que os benefícios à saúde não dependem só dela. Os benefícios estão relacionados aos princípios bioativos”, diz. A equipe ainda pretende incentivar o consumo de cereais integrais não-trigo, determinar as quantidades de ingestão mínima de arroz integral para que haja efeito sobre o organismo e tentar estabelecer um reconhecimento formal de todas as propriedades benéficas do arroz. 

Texto: Mariana Midori Isagawa
Fonte: USP Online

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Osteoporose: prevenção e tratamento.

     Nessa postagem agradeço a sugestão do amigo Profº Felipe Simões que por algum tempo foi meu estagiário e me orgulho de ter contribuído ao menos um pouco para que se tornasse o grande profissional da musculação que é hoje.
    Está aí sua sugestão atendida Ventríloco.
    Para esse tema usarei como base o livro Exercícios na saúde e na doença,  não citarei os estudos em que se baseiam cada afirmação do livro e que se encontram nas referências do mesmo, caso alguém se interesse posso passá-los posteriormente.

     Panorama e definição
     Com o aumento da idade da população, a osteoporose(OP) passa a ser um problema de saúde mundial, com impacto social e econômico, acometendo em especial países europeus e EUA, mas também países em desenvolvimento. De um modo geral, acredita-se que, atualmente, aproximadamente 200 milhões de mulheres no mundo sejam acometidas.
    Define-se OP como um distúrbio osteometabólico caracterizado pela diminuição da densidade óssea, com deterioração da microarquitetura óssea, aumento da fragilidade esquelética e do risco de fraturas.



     Densitometria mineral óssea.
     Na tentativa de se fazer o diagnóstico precoce de fraturas em mulheres, a densidade óssea do quadril total mostrou ter valor preditivo maior que a densidade de outras áreas do esqueleto humano, ou qualquer outro método diagnóstico.
     
     Prevenção e tratamento.
     Pelo fato de a OP ser uma patologia de muitos fatores, é difícil separar tratamento e prevenção dessa doênça. Intervenções não-farmacológicas e farmacológicas precoces permitem a manutenção da massa óssea e da integridade estrutural do esqueleto. A quase totalidade das medicações disponíveis atua como anti-reabsortiva e reduz, de certa forma, o risco de fratura.

     Exercício físico e a osteoporose.
     Quanto a promoção de aumento da massa óssea, exercícios com impacto apresentam superioridade sobre sobre exercícios de força ou de resistência. No entanto, todas as modalidades de exercícios mostram-se válidas em crianças, adolecentes, homens adultos, mulheres pré-menopausa e pós-menopausa. Além de prevenir a perda de massa óssea, a prática de exercícios físicos ajuda na sua recuperação, especialmente nas vértebras e no quadril. Contudo, o excesso de exercícios pode ser prejudicial para a estrutura óssea.
    A formação da densidade óssea ideal ocorre dos 9 aos 20 anos, de modo que a prática de ginástica nessa faixa etária é recomendada. O incremento da massa muscular e  por conseguinte, a osteogênese podem ser decisivos na desaceleração da inevitável perda de massa óssea que ocorre com a idade.
     Mesmo que alguns estudos sejam controversos, a maioria tem mostrado que atividades com carga apresentam melhores efeitos sobre os ossos, apresentando vantagens sobre os exercícios aeróbicos em idosos, por promoverem paralelamente o aumento da massa muscular.
     O que se concui é que exercícios aeróbios e exercícios com cargas, quando adequadamente indicados, contribuem para a prevenção e o tratamento de osteoporose. No entanto, evidências cietíficas demonstram que os exercícios com cargas vêm sendo apontados como melhores promotores de aumento de densidade óssea quando comparados aos aeróbicos, pelas ações mecânicas que proporcionam.

REFERÊNCIAS:

VAISBERG, M., MELLO, M. T. Exercícios na saúde e na doença. Barueri, SP: Monole, 2010.

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Sibutramina, aliado ou vilão?

   
     Trabalhando em academias não é difícil identificar alunos fazendo o uso de Sibutramina com ou sem prescrição médica. Alguns alunos chegaram a me colsultar sobre a tal droga milagrosa.
     Preocupado com esse uso indiscriminado, resolvi fazer algumas colocações sobre alguns estudos que são encontrados sobre o assunto.
     A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) publicou no dia 30 de março, no Diário Oficial da União, uma resolução que determina que os remédios que contenham a sibutramina sejam vendidos apenas com a apresentação de receita azul, de controle especial. Dessa forma, o medicamento, muito utilizado no combate à obesidade, passa da classe C1 (controle especial comum) para a classe B2, sendo classificado como psicotrópico anorexígeno. A tarja do medicamento também muda de vermelha para preta.
     Essa droga é encontrada sob os nomes: Reductil, Meridia, Plenty, Sibutral
    A sibutramina é o principal composto de diversos remédios para emagrecer como: Plenty, Reductil, Meridia e Sibutral. O resultado esperado é a perda de peso, conseguido através da inibição da recaptação de serotonina e de noradrenalina (HANSEN et al, 1999, STOCK et al, 1997). A sibutramina  deve sr utilizada num tratamento concomitante  a  exercícios e alimentação regrada, e somente após tentar  dietas e atividades físicas sem sucesso para emagrecimento.
     A noradrenalina é um hormônio liberado pela supra-renal e serve também como precursor da adrenalina, tendo como principais efeitos: elevação do metabolismo, aumento da freqüência cardíaca e da pressão arterial. Ao evitar a recaptação da noradrenalina na fenda sináptica a siburamina potencializa os efeitos deste hormônio, aumentando o gasto energético (HANSEN et al, 1998; WALSH et al, 1999).
     A serotonina é um neutrotransmissor produzido no cérebro a partir do aminoácido triptofano, atuando como vasoconstritor, estimulador da musculatura lisa (presente nos órgãos), regulador do sono, do apetite e do humor. (CHAPELOT et al, 2000).
     Ou seja, a sibutramina atua através de dois mecanismos: aumento do gasto energético e diminuição do apetite.

Atuação

  Muitas das pesquisas monstram a sibutramina como eficiente e relativamente segura no combate à obesidade. Normalmente os estudos têm verificado perda de peso significativa com o uso de sibutramina como os de CUELLAR et al (2000), que usou 15 mg/dia de sibutramina durante seis meses em pacientes obesos e obteve perda de 10,27 kg no grupo experimental, contra apenas 1,26 kg no controle, além de reduções significativas no IMC e na circunferência da cintura. FANGHANEL et al (2000) administraram 10 mg/dia de sibutramina durante seis meses a pacientes obesos, obtendo perda de 7,52 kg em média para o grupo experimental e redução de 12,51 centímetros na circunferência da cintura.
     Sobre a saciedade, CHAPELOT et al (2000) analisaram os efeitos  diretos (ingestão de alimentos) e indiretos (sensações de fome) com o uso de 15 mg de sibutramina no período da manhã (08:30). A substância iniciou o efeito, geralmente 6 horas depois da ingestão, produzindo redução no consumo calórico de, em média, 311,5 kcal comparada com o placebo, esta redução foi ainda maior quando se analisou o período de 24 horas (redução de 382,4 kcal), sendo o efeito mais acentuado no almoço (redução de 152,1 kcal).

Efeitos indesejados

     Os efeitos colaterais encontrados nos estudos foram: secura na boca, pressão alta, fadiga, constipação, taquicardia, anorexia, dores de cabeça e insônia. (RICHTER, 1999; FANGHANEL et al, 2000; LUQUE et al, 1999; JAMES et al, 2000; BRAY et al, 1999, CUELLAR et al, 2000; SCHUH et al, 2000). Inclusive, houve alto índice de desistência dos paciente em alguns estudos, como no de CUELLAR, onde +/-37% do grupo experimental desistiu  da pesquisa devido à ineficiência e aos efeitos colaterias da intervenção, principalmente infecções respiratórias e constipação.
     Como a sibutramina tem sido considerada segura e eficiente pela maioria dos especialistas, alguns usuarios acabam por abusar. Pesquisadores franceses realizaram um estudo para averiguar os efeitos de doses abusivas de sibutramina. Comparou-se 25 e 75 mg diárias desta substância, com 20 mg de anfetamina e placebo. Os resultados indicaram que o uso de 25 mg/dia de sibutramina não produziu efeitos colaterais relevantes, já a dosagem de 75 mg/dia ocasionou efeitos desagradáveis como ansiedade, confusão e fadiga, sendo que os pacientes optariam por não mais receber altas doses de sibutramina, ao contrário da anfetamina, que produziu efeitos positivos no humor e foi considerada agradável pelos pacientes (SCHUH et al, 2000).

Conclusão

     Apesar de bstante indicada por médicos e pseudoespecialistas  esse  fármaco tem seus efeitos colaterais e suas limitações. Ressalta-se que ela só deve ser usada em último caso, onde dietas e atividades físicas não funcionaram. Se você deseja apenas perder pequenas quantidades de gordura para melhorar seu visual em trajes de banho ou roupas decotadas, eu não recomendaria o uso desta substância.

Bibliografia

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CHAPELOT D, MARMONIER C, THOMAS F, HANOTIN C Modalities of the food intake-reducing effect of sibutramine in humans. Physiol Behav 2000 Jan;68(3):299-308
CUELLAR GE, RUIZ AM, MONSALVE MC, BERBER A Six-month treatment of obesity with sibutramine 15 mg; a double-blind, placebo-controlled monocenter clinical trial in a Hispanic population. Obes Res 2000 Jan;8(1):71-82
FANGHANEL G, CORTINAS L, SANCHEZ-REYES L, BERBER A A clinical trial of the use of sibutramine for the treatment of patients suffering essential obesity. Int J Obes Relat Metab Disord 2000 Feb;24(2):144-50
HANOTIN C, THOMAS F, JONES SP, LEUTENEGGER E, DROUIN P Efficacy and tolerability of sibutramine in obese patients: a dose-ranging study. Int J Obes Relat Metab Disord 1998 Jan;22(1):32-8
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WALSH KM, LEEN E, LEAN ME The effect of sibutramine on resting energy expenditure and adrenaline-induced thermogenesis in obese females. Int J Obes Relat Metab Disord 1999 Oct;23(10):1009-15
HANSEN DL, TOUBRO S, STOCK MJ, MACDONALD IA, ASTRUP A Thermogenic effects of sibutramine in humans. Am J Clin Nutr 1998 Dec;68(6):1180-6.
JAMES WP, ASTRUP A, FINER N, HILSTED J, KOPELMAN P, ROSSNER S, SARIS WH, VAN GAAL LF Effect of sibutramine on weight maintenance after weight loss: a randomised trial. STORM Study Group. Sibutramine Trial of Obesity Reduction and Maintenance. Lancet 2000 Dec 23-30;356(9248):2119-25
LUQUE CA, REY JA Sibutramine: a serotonin-norepinephrine reuptake-inhibitor for the treatment of obesity. Ann Pharmacother 1999 Sep;33(9):968-78
APFELBAUM M, VAGUE P, ZIEGLER O, HANOTIN C, THOMAS F, LEUTENEGGER E Long-term maintenance of weight loss after a very-low-calorie diet: a randomized blinded trial of the efficacy and tolerability of sibutramine. Am J Med 1999 Feb;106(2):179-84
MCMAHON FG, FUJIOKA K, SINGH BN, MENDEL CM, ROWE E, ROLSTON K, JOHNSON F, MOORADIAN AD Efficacy and safety of sibutramine in obese white and African American patients with hypertension: a 1-year, double-blind, placebo-controlled, multicenter trial. Arch Intern Med 2000 Jul 24;160(14):2185-91
MCNEELY W, GOA KL Sibutramine. A review of its contribution to the management of obesity. Drugs 1998 Dec;56(6):1093-124
RICHTER WO [How safe are the new obesity drugs? Indications and contraindications of orlistat and sibutramine]. MMW Fortschr Med 1999 Dec 9;141(49-50):32-6
ROLLS BJ, SHIDE DJ, THORWART ML, ULBRECHT JS Sibutramine reduces food intake in non-dieting women with obesity. Obes Res 1998 Jan;6(1):1-11.
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STOCK MJ Sibutramine: a review of the pharmacology of a novel anti-obesity agent.
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