segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Variáveis do treinamento de força.

                Olá fãs do treinamento de força ou musculação, como preferirem. Desta vez serão contemplados. Assim eu também terei o grande prazer de escrever este artigo, pois sinceramente dentro da Educação Física este é o tema que mais gosto e que acredito conhecer mais, e também, modéstia a parte, a área em que sou melhor. Comecei a trabalhar com treinamento de força no segundo período da faculdade como estagiário em 2000, e até então não existe área de atuação que me encante mais.
            A postagem de hoje será um pouco longa e alguns acharão um tanto quanto cansativa, mas para que vocês entendam realmente que um programa de musculação vulgarmente chamado de “série” é muito mais que uma combinação aleatória de exercícios isso se faz necessário.
            Para entendam o que deve variar e como deve variar no seu programa é primordial conhecer alguns dos princípios básicos do treinamento de força:

Repetição: é um movimento completo de um exercício. Normalmente consiste de duas fases: a ação concêntrica do músculo, ou o levantamento da carga, e a ação excêntrica do músculo, ou o retorno da carga a posição inicial, (FLECK
& KRAEMER, 1999).

Série: é um grupo de repetições desenvolvida de forma contínua, sem interrupções. Embora uma série possa ser completada com qualquer número de repetições, as séries giram entre uma a quinze repetições.
 (FLECK & KRAEMER, 1999).

Repetição máxima (RM): é o número máximo de repetições por série que se pode executar corretamente com uma determinada carga. Assim, uma série com uma dada RM significa que é executada até a fadiga voluntária momentânea. Uma RM é a carga mais pesada que pode ser usada para uma repetição completa de um exercício, (FLECK & KRAEMER, 1999).

Força muscular: é a quantidade máxima de força que um músculo ou grupo muscular pode gerar em um padrão específico de movimento em uma determinada velocidade de movimento, (FLECK & KRAEMER, 1999).

Ação muscular concêntrica: é realizada quando um peso está sendo levantado, os músculos envolvidos normalmente estão se encurtando. (FLECK & KRAEMER, 1999).

Ação muscular excêntrica: ocorre quando um peso está sendo abaixado de uma maneira controlada, os músculos envolvidos estão se alongando também de uma maneira controlada, (FLECK & KRAEMER, 1999).

Ação muscular isométrica: ocorre quando um músculo é ativado e desenvolve força sem causar movimento numa articulação. Isto pode acontecer quando um peso fica seguro imóvel ou quando é muito pesado para ser levantado e por isso fica imóvel. Exemplo de uma ação isométrica é empurrar uma parede ou quando se segura um peso no alto estaticamente, (FLECK &
KRAEMER, 1999).

Volume de treinamento: é medido pela quantidade total de trabalho realizado em uma sessão de treinamento, ou em um semana, ou em um mês ou em qualquer outro período de treinamento. A frequência (número de sessões de treinamento por semana, mês ou ano), e a duração (extensão de cada sessão de treinamento) têm um reflexo direto sobre o volume de treinamento. (FLECK
& KRAEMER, 1999).

Períodos de descanso ou de recuperação: é a recuperação entre as séries de um exercício, e entre as sessões de treinamento é um fator importante para o sucesso do programa. Os períodos de descanso permitidos entre as séries e entre os exercícios durante uma sessão de treinamento são em grande parte determinados pelos objetivos do programa de treinamento. Os períodos de descanso entre séries e exercícios, a carga usada e o número de repetições realizadas por série e exercícios, afetam totalmente o planejamento e os objetivos de um programa, (FLECK & KRAEMER, 1999).

Intensidade: pode ser avaliada como um percentual de uma RM ou qualquer RM para o exercício. A intensidade mínima que pode ser usada para executar uma série até a fadiga voluntária momentânea que possa resultar em um aumento da força muscular é de 60 a 65 % de 1 RM, isto significa que executar um grande número de repetições com uma carga muito leve não trará nenhum ganho de força muscular, (FLECK & KRAEMER,1999).

            Á partir dessas informações podemos fazer algumas considerações.
            Primeiramente é necessário definir o seu objetivo com o treino, o que você está buscando de resultado. Na maioria dos casos, com exceção dos atletas que muitas vezes buscam somente o aumento da força para desempenho esportivo, o público geral espera a hipertrofia ou aumento do tônus muscular, já que o emagrecimento também depende da melhora da massa magra, para que possamos aumentar o gasto calórico durante as atividades diárias e exercícios.
            “Os programas de treinamento de força induzem à diminuições no percentual de gordura e aumento da massa magra” (Fleck & Kraemmer, 1999)
            Outro fator a ser levado em consideração é o tempo disponível e quantos dias da semana está disposto a treinar, assim o treinamento será um programa único para quem treina 3 vezes em dias alternados (que não é recomendado para quem treina todos os dias) ou duplo/triplo  para quem treina todos os dias, pois assim dividimos os grupamentos musculares em um treinamento de programas  A e B ou A, B e C para que o tempo de recuperação seja respeitado.
            Com essas informações do aluno e sabendo que não há nenhuma patologia que o restrinja algum exercício pode-se montar o treinamento.
            Após a montagem do treino feita pelo seu professor você poderá observar a adequação do número de exercícios, número de séries para cada exercício, variedade de exercícios, ordem dos exercícios e intervalo de descanso entre as séries.
                Focando a hipertrofia, devemos observar:

  • Grande variedade de exercícios em padrões diferentes;
  • Desde que sem risco de lesão, executar os exercícios em amplitude completa;
  • Dar prioridade principalmente na fase inicial do treinamento aos exercícios multi-articulares e dos grandes músculos;
  • Intensidade de alta á moderada ( 6 – 12 RM);
  • Período de intervalo curtos (menores que 1 min e 30 seg);
  • Dar importância às ações concêntricas e excêntricas, as isométricas não são tão importantes parta a hipertrofia;
  • A velocidade de execução é importante, se for lenta demais pode ser um sinal de que a carga está baixa, porém não pode ser rápida demais, característica que indicaria um treino de potência. É importante também que a fase excêntrica do movimento seja controlada, não “largando” assim a carga parta seu retorno para a fase inicial do movimento.
  • Cuidado com os programas “milagrosos”, muitos exercícios “conjugados” ou “combinados”, os “supersets” que ultrapassam as 15 repetições, as series combinadas com longas isometrias como por exemplo a “agachada com as costas na parede”, repetições parciais como o “21”, séries de “unilateral + simultâneo” que muitas vezes chegam a vinte e poucas repetições. Tudo isso são estratégias de deixar o aluno com dor momentânea, fatigado com impressão que treinou forte, porém treinou com cargas tão leves que não provocará a adaptação que parece oferecer.
                O objetivo deste artigo não é deixa-los aptos a prescrever seu próprio treino, ao contrário, é mostrar que são muitas as variáveis do treinamento de força, que estas que exemplifiquei são apenas algumas manipulações, que para este controle se faz necessário muito estudo. Mas principalmente para que se defendam de alguns “experts” em montagem de programas “receitas de bolo” muitas vezes leigos ou então professores que tentam engabelar alunos com seus programas doloridos.
                Acho que conseguirei salvar alguns alunos de algumas atrocidades ocorridas em salões de muculação.

 FLECK, S. J; KRAEMER, W. J. Fundamentos do treinamento de força muscular. Porto Alegre: Ed. Artmed Sul Ltda., 1999.


quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Dieta do UFC: lutadores perdem até 10 kg em uma semana

  Olá seguidores.   
  Não é muito difícil que alunos passem mal treinando musculação por uma alimentação inadequada.
  Já presenciei vários episódios de alunos com mal estar ao praticar suas atividades em academias, principalmente por hipoglicemia. As dietas milagrosas quase que exclusivas das mulheres causam desmaios durante séries de musculação e aulas de spinning.
  Não é de hoje que atletas de lutas em especial fazem absurdos para chegar na pesagem com o peso que o coloca na categoria pretendida e aí logo no mesmo dia o peso começa a ser recuperado, já que há alguns dias de intervalo entre a pesagem e o combate, e que o peso perdido na última semana é quase que todo proveniente de líquidos por desidratação induzida. Essas manobras só vem reforçar que o esporte de alto nível não é nem de longe sinônimo de saúde. E isso não é particular das lutas, vários atletas de outras midalidades esportivas também sacrificam sua saúde em prol do desempenho competitivo.
  Talvez o mais razoável seria que os atletas fizessem a pesagem 1 hora antes da luta, assim ninguém poderia subestimar seu peso e lutaria na categoria correta
  Já que a moda hoje é o UFC, a reportagem abaixo ilustra essa busca pela vitória a qualquer custo.

 Fonte: Portal IG.

  O MMA (Mixed Martial Arts), luta que mistura uma série de artes-marciais, está mais popular do que nunca. Ídolos como Anderson Silva, José Aldo Jr., Maurício Shogun e Júnior Cigano já são reconhecidos e admirados por sua força no octógono do Ultimate Fighting Championship (UFC) – o maior campeonato de MMA do mundo.
  Mas bravura mesmo os lutadores têm que demonstrar na semana pré-pesagem. Para atingir o peso e poder se enquadrar em uma determinada categoria, poucos dias antes da luta eles submetem-se a uma dieta rígida e atividades que lembram sessões de tortura. Quanto mais o dia da pesagem se aproxima, mais restrito fica o cardápio. A refeição principal (muitas vezes a única do dia) é algo como uma xícara de café com dois biscoitos de gergelim; 80 gramas de salada, 200 gramas de macarrão, 200 gramas de salmão sem sal e um suco de limão sem açúcar. Até água destilada os lutadores tomam com o intuito de acelerar o metabolismo.
  Como não é apenas a alimentação que ajuda na rápida perda de peso, para eliminar a maior quantidade de líquido possível do organismo, eles turbinam a queima calórica: usam um body sauna - roupa especial que ajuda o lutador a aumentar a temperatura corporal, suar mais e, consequentemente, perder peso – e passam horas em uma sauna ou em banheira quente, suando desesperadamente.
   “É praticamente líquido que se perde. Eles quase não têm gordura para queimar”, diz Sérgio “Babu” Gasparelli, técnico especializado em luta de chão, faixa preta de jiu-jitsu. “Eu só faço essa dieta na semana da luta, tiro 10 quilos de segunda a sexta”, declarou o lutador José Aldo.
  A “dieta”, que também tem uma versão conhecida como Dolce Diet, idealizada pelo nutricionista esportivo americano Mike Dolce, é famosa por conseguir que lutadores com problemas de peso consigam atingir o índice de sua categoria. “Esse método restringe a ingestão de carboidrato a quase zero e induz a um processo de desidratação do atleta.
  Mas não é saudável perder 10 kg em uma semana. Para uma pessoa normal, isso pode causar danos irreparáveis”, alerta o endocrinologista e médico do esporte Ronaldo Arkader, do Hospital Albert Einstein, de São Paulo.
  Até para os atletas o médico aponta riscos. “Eles precisam ser bem acompanhados, por fisiologistas e nutricionistas. É essencial estar atento aos níveis de sódio, de potássio, enfim, de eletrólitos de modo geral para não comprometer a saúde”. Desbalanceado, o organismo pode entrar em pane, levando o atleta a ter de tonturas e câimbras a problemas maiores e mais perigosos.
   O técnico “Babu” também condena a dieta do UFC. “Minha teoria é que é melhor perder peso aos poucos. Ou seja, fora da luta não deixar o atleta aumentar tanto o peso. Perder 5 kg quando o combate se aproxima, tudo bem. Agora, perder 10, 12 em tão pouco tempo é loucura. É insalubre”.
  Para uma pessoa comum, é totalmente desaconselhável. “Ela não aguentaria e nem faz sentido esse sacrifício. Se uma mulher usar o método com a intenção de ficar em forma para colocar o vestido em uma festa, por exemplo, corre o risco de não chegar a essa festa. Câimbra, tontura e desmaio são algumas das consequências”, compara o técnico de MMA.
   E no caso dos lutadores, no dia seguinte à pesagem eles praticamente recuperam tudo o que foi perdido. Seria impossível manter o esquema de fome e fraqueza e depois encarar uma luta no octógono.
   A dieta é tão delicada que até a volta da comida deve ser gradual. “O alimento passa a ser rejeitado pelo corpo. É preciso reprogramar o organismo”, diz Arkader. “O lutador tem que começar repondo com soro, líquidos e até papinha de nenê, antes de encarar o prato normal”, finaliza “Babu”.


terça-feira, 15 de novembro de 2011

Impacto do envelhecimento nas variáveis antropométricas, neuromotoras e metabólicas da aptidão física

   Olá pessoal, como particularmente gosto muito do trabalho com idosos, ou terceira idade ou melhor idade, como preferirem, ia escrever algo sobre as mudanças do organismo humano com o envelhecimento. Não é novidade que a atividade física para esse grupo é fundamental para que se possa viver com saúde. Porém as reportagens não costumam relacionar os efeitos que naturalmente ocorrem no nosso corpo com o passar dos anos. São esses efeitos que o exercício previne ou trata. 
   Lendo para relatar essas mudanças achei uma revisão biliográfica sobre o tema, assim terão acesso a releitura de vários artigos em um só.
   O resumo que segue abaixo dá uma idéia de todos os fatores. Caso queiram ler na íntegra, façam o dowload do artigo.

Revisão analisa principais efeitos do envelhecimento em diferentes componentes da aptidão física: antropométricos, neuromusculares e metabólicos.

   Esta revisão teve como objetivo analisar os principais efeitos do envelhecimento em diferentes componentes da aptidão física: antropométricos, neuromusculares e metabólicos. Considerando as variáveis antropométricas, o processo de envelhecimento é acompanhado por um aumento do peso corporal, especialmente dos 40 aos 60 anos de idade, com diminuição após os 70 anos de idade; diminuição da estatura corporal gradativa, explicada, em grande parte, pela perda de massa óssea; aumento da gordura corporal, diminuição da massa livre de gordura e seus principais componentes (mineral, água, proteína e potássio); diminuição da taxa metabólica de repouso, massa muscular esquelética e massa óssea. Nos aspectos neuromotores, o aumento da idade cronológica é acompanhado por uma perda da área dos músculos esqueléticos, explicada pela diminuição do número e tamanho das fibras musculares (em especial, das fibras de contração rápida do tipo IIb) e uma perda gradativa da força muscular e, portanto, do desempenho neuromotor. Nas variáveis metabólicas, os principais efeitos, na aptidão física, acontecem na diminuição da potência aeróbica (consumo máximo de oxigênio) em torno de 1% por ano, mesmo em indivíduos ativos. Esses efeitos deletérios do envelhecimento têm sido apresentados especialmente em estudos transversais, com grupos de ambos os sexos e faixas etárias variando dos 20 aos 90 anos de idade, com escassas evidências de estudos longitudinais. Os efeitos da perda começam a ser aparentes em torno dos 50 anos de idade e na maior parte das variáveis da aptidão física, a perda é gradativa e em torno de 1% ao ano ou 10% por década de vida. No entanto, os indivíduos ativos apresentam também alterações na aptidão física com o processo de envelhecimento, essas perdas parecem ser menores, em relação aos indivíduos sedentários.

Artigo na íntegra:


quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Correr pra que?

   Com o verão é comum encontrar pessoas se exercitando nas ruas, praças, parques e na praia. Entre as atividades físicas mais praticadas devido a facilidade de se praticar um exercício quase sem nenhum custo, a caminhada e a corrida podem parecer exercícios simples, mas é preciso ter orientação.
   Quando o praticante executa a corrida de maneira errada, seja pela má postura, pisada incorreta ou intensidade exacerbada, em vez de benefícios, o exercício pode ocasionar riscos a saúde do indivíduo. Por exemplo uma pessoa sem prática pode correr fazendo contato com o pé de uma vez "chapado" no solo, sem fazer a transferência do peso primeiro no contato do calcanhar no solo e assim progressivamente para a ponta do pé.
    Outro fator a ser levado em consideração é a frequência cardíaca durante o exercício. Existem diversas formas eficazes de se calcular a frequência de treino, mas para o leigo pode ser utilizada a forma simples de saber a frequência máxima que uma pessoa pode alcançar sem risco para sua saúde, bastando subtrair a idade de 220. Não é o ideal mas na falta de um treinador é melhor do que nada.
    Se praticadas de maneira correta, a corrida e a caminhada podem melhorar a qualidade de vida de praticantes de qualquer idade. Quando o indivíduo se exercita, ocorre a liberação de vários hormônios importantes no organismo. Estes reduzem a sensação de dor e auxiliam na sensação de bem estar e prazer. Isso faz com que a pessoa acabe viciando no exercício, tornndo ele um hábito. Que vício bom né?
    As corridas curtas e meias-maratonas estão na moda, e embora eu seja contra os modismos, aproveite essa onda e conheça essa modalidade. São corridas ótimas, empolgantes que tem conquistado cada vez mais adeptos de todas as idades, atletas ou não. O importante é completar a prova. Acada corrida um novo desafio é lançado e um grande conquista é alcançada.
    E para quem ficou na "pilha" de começar seguem algumas das corridas do Estado do Rio até o final do ano, escolha uma e boa sorte.

Corrida Panamericana 2011 de 10 e 5 Km (dia 13 de novembro - Cidade do Rio de Janeiro)

2° Circuito Fluminense de Corrida Rústica e Caminhada (Corrida: 5km, caminhada: 2,5km, Criança: 50 e 100m. Dia 13 de novembro - Cidade de Macaé)

Corrida e Caminhada "Caminho Niemayer" 4 e 8 Km (20 de novembro - Cidade de Niterói)

CORRIDA das ACADEMIAS 06 e 10 Km (20 de Novembro de 2011, no Aterro do Flamengo, Cidade do Rio)

Circuito Corrida(6Km) e Caminhada(3Km) da Longevidade.  (18 de dezembro - Copacabana, Cidade do Rio)

Circuito vênus para Mulheres. (15 de novembro - Cidade do Rio)

Corrida e caminhada pela doação de medula óssea. (13 de dezembro - Aterro do Flamengo, Cidade do Rio)


domingo, 6 de novembro de 2011

Alteração hormonal provoca ganho de peso em trabalhadores noturnos

     Uma questão há tempos estudada é o aumento da massa gorda em trabalhadores que passam a exercer suas funções na madrugada. Até então os estudos indicavam os níveis de cortizol como responsáveis pelo aumento de peso.
     Hoje dando uma olhada em novos estudos achei esse, bem mais abrangente.

Mudança de turno deixa trabalhadores predispostos a comer mais, ganhar peso e desenvolver síndrome metabólica.

    Um novo estudo realizado por cientistas brasileiros sugere que trabalhadores noturnos apresentam alterações em funções hormonais que podem deixá-los predispostos a comer mais, ganhar peso e desenvolver síndrome metabólica - um conjunto de fatores de risco cardiovascular que inclui hiperglicemia, hipertensão arterial, obesidade e aumento da circunferência da cintura.
    A literatura científica internacional já demonstrava que os trabalhadores noturnos têm mais tendência ao ganho de peso, além de maior risco de apresentar doenças cardiovasculares e outros indicadores de síndrome metabólica.
    Mudanças de comportamentos alimentares associadas ao trabalho noturno - incluindo aumento do valor calórico e variações no horário e número de refeições - têm sido apontadas como a mais provável explicação para esse fenômeno.
    Estudando os mecanismos biológicos que poderiam estar por trás das mudanças comportamentais, um grupo de pesquisadores da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) descobriu que os trabalhadores noturnos apresentam alterações em funções hormonais estomacais que regulam a saciação - a sensação de estar satisfeito após a refeição -, o que pode levar ao ganho de peso.
    O estudo foi coordenado por Bruno Geloneze Neto, da Faculdade de Ciências Médicas da Unicamp. “Nossa conclusão é que a função hormonal estomacal de regulação da saciação sofre alteração nas pessoas que trabalham à noite”, disse Geloneze.
    De acordo com Geloneze, o estudo foi realizado com um grupo de 24 mulheres, sendo 12 trabalhadoras do turno da noite e 12 trabalhadoras do turno do dia do Hospital das Clínicas da Unicamp. Todas elas tinham índice de massa corpórea entre 25 e 35.
    “Estudamos os mecanismos hormonais ligados à saciação e não as diferenças comportamentais. Tomamos o cuidado de trabalhar apenas com pessoas do mesmo sexo, com padrões semelhantes de peso, de atividade física e de condição socioeconômica e cultural, a fim de observar as diferenças relacionadas à variável do turno de trabalho”, disse Geloneze.
    Segundo Geloneze, a literatura internacional aponta que os trabalhadores noturnos têm mais riscos de ganhar peso e desenvolver doenças cardiovasculares, associando esse fenômeno a um aumento do consumo calórico.
    Mas, até agora, os estudos não haviam desvendado se esse aumento ocorria devido ao estresse causado pela quebra do ritmo biológico ocasionada pela vigília no período noturno ou por um fator de ordem puramente comportamental: como se a falta de estímulos no período noturno levasse a pessoa a comer mais - o que os cientistas suspeitam ser um mito.
    “Fomos investigar um aspecto sobre o qual não há dados na literatura: como se comportam os hormônios gastrointestinais que controlam a fome e a saciação. Alguns estudos mostram que existe uma alteração nos níveis de leptina - um hormônio relacionado ao grau de adiposidade - nos trabalhadores noturnos. Mas não se sabia se a leptina se alterava como consequência do ganho de peso ou se era sua causa”, explicou.
    As voluntárias foram submetidas a um teste de alimentação padrão, que consiste na ingestão de 515 calorias, com uma dieta hiperproteica e hiperlipídica. As trabalhadoras noturnas foram testadas durante o dia, em jornadas de folga. As trabalhadoras diurnas foram testadas no horário normal.
    “Depois da alimentação, estudamos por três horas a produção de insulina e de três hormônios GLP-1 e PY-B36 - ambos com ação anorexígena -, de grelina, um hormônio produzido no estômago e que estimula a fome, e de xenina, hormônio que inibe a fome”, declarou.
    No padrão normal de alimentação, pouco antes da refeição, os níveis de grelina se apresentam altos, enquanto os outros três hormônios apresentam níveis baixos. Depois da refeição, por um período de três horas, o GLP-1, PY-B36 e xenina aumentam e a grelina é reduzida.
    “Nos indivíduos que trabalham à noite, os padrões de GLP-1 e de PY-B36 se apresentavam semelhantes ao das trabalhadoras diurnas. Mas identificamos uma alteração na produção de grelina entre as trabalhadoras noturnas”, disse.
    Normalmente, segundo Geloneze, após a refeição a produção de grelina cai abaixo dos níveis basais. Entre as trabalhadoras noturnas, não houve supressão da grelina depois da alimentação.
    “Outra diferença que observamos ocorreu em relação à xenina. Esse hormônio normalmente aumenta após a refeição, contribuindo para a saciação. Mas nas mulheres que trabalham à noite a produção de xenina não subiu”, disse o pesquisador.
    Do ponto de vista clínico, houve uma diferença discreta na quantidade de calorias ingeridas, de cerca de 10%. As trabalhadoras noturnas, apesar de terem o mesmo padrão de índice de massa corpórea das outras, tinham também um pouco mais de concentração de gordura no abdome.
    “Quando falamos de tratamento da obesidade, precisamos levar em conta que as condições das pessoas são muito heterogêneas e uma abordagem terapêutica única pode ser ineficiente. Agora sabemos que para os trabalhadores noturnos seria preciso ter terapias focadas nesses mecanismos subjacentes, como, por exemplo, drogas que modulem a produção de xenina e grelina”, afirmou.

 Estadão.com.br

Segundo o ACSM exercício vigoroso é bom para homens

           Dando uma olhada no site do ACSM (American College of Sports Medicine) vi este estudo recente(mês passado) e resolvi postar dada sua importância em termos da intensidade do exercício que se prescreve, não só mais se recomenda a caminhada leve três vezes na semana, mas também exercícios de alta intensidade para grandes benefícios na prevenção dos ataques do coração.
            Espero que a tradução não esteja ruím. Quem tiver interesse em ler o original em inglês segue o link do ACSM:  http://www.acsm.org/about-acsm/media-room/acsm-in-the-news/2011/10/26/vigorous-exercise-good-for-men

            Tradução:
           Nova pesquisa recomenda três horas por semana de exercício vigoroso, tal como corrida, basquete ou futebol, essa frequência de treinamento pode reduzir em 22% o risco do homem ser acometido por ataque cardíaco.
            Os pesquisadores da Escola de Harvard de Saúde Pública analisaram níveis  de atividade física e taxas — inclusive colesterol e sensibilidade de insulina — em 1.239 participantes masculinos entre 1994 e 2004.
            "Nós estudamos exercício vigoroso por causa de sua associação mais forte com doença cardíaca coronária," disse Andrea Chomistek, o autora principal do estudo que foi publicado no “Medicina & Ciência em Esportes & Exercício”, o diário da Faculdade americana de Medicina de Esportes.
            Chomistek disse que homens que sofreram um ataque cardíaco não fatal ou morrido de doença cardíaca coronária tinham colesterol "bom"(HDL) muito baixo e o"mau" colesterol (LDL) muito elevado e eram mais propensos a ter pressão alta e diabete, fatores afetados pelo exercício.
            O Centro Americano para Controle de Doença e Prevenção classifica doença cardíaca como a causa principal de morte da população de homens. Entre 70 e 89 por cento de todos acontecimentos cardíacos repentinos ocorrem em homens, e quase metade de homens que têm um ataque cardíaco antes que idade 65 morre nos próximos oito anos.
            Então, quem pensava em fazer aquela caminhada leve nos fins de semana pode pensar em praticar uma atividade mais intensa com uma frequência semanal maior de treino, desde que esteja com os exames cardiológicos em dia. 
            Bom treino e até a próxima!

Published: October 20. 2011 4:00AM PST. American College of Sports Medicine